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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Uma mulher desolada; a mulher afegã.

Ainda criança, a menina já é prometida em casamento, normalmente a um homem bem mais velho, que pode dar à sua família um bom dote. A preocupação com o casamento da garota acontece, assim que tem a primeira menstruação. Representa o momento, a partir do qual, ela já pode e deve se casar, antes que “fique falada”. É o período em que as transações comerciais são levadas a cabo. Em muitos casos, ela é, literalmente, vendida
Mesmo os irmãos mais novos possuem a obrigação de vigiar e regular suas irmãs solteiras. Há casos de mulheres, que são obrigadas a usar burcas até dentro de casa,  e que passam a sofrer sérios problemas de visão, alguns deles levando à cegueira, pois a burca quase não oferece visão periférica. Outras são proibidas de saírem de casa por períodos de até de oito anos.
Ao se casar, a garota vai morar com o marido na casa dos pais dele, junto com os sogros, irmãos e suas famílias, onde a máxima comum é a de que “lugar de mulher é em casa”. Mesmo dentro de casa existe a parte destinada às mulheres, separando-as dos homens.
A mãe afegã não se abre com a filha, preparando-a para a noite de núpcias que, na maioria das vezes, transforma-se numa noite de terror para a pequena. Mas, reza a tradição local que, quanto mais aterrorizada ficar a nova esposa, maior é o indicativo de sua virgindade. O que muito alegra o esposo e sua família.
A mulher, que não aceita fazer sexo com o marido, é surrada e pode sofrer queimaduras de cigarro. As jovenzinhas mais rebeldes possuem marcas de surras e cigarro pelo corpo. Em hipótese alguma, a sociedade afegã considera que haja estupro por parte do marido, em relação à esposa. Ela é propriedade dele e deve servi-lo sempre.  Só podendo  falar com os homens de sua própria família. São castigadas até por serem bonitas e inteligentes. A auto-imolação é comum entre as mulheres desesperadas.
Muitas garotas, não aguentando os maltratos do marido, que, em muitos casos, poderia ser seu avô e, muitas vezes, viciado em haxixe ou ópio, costumam fugir. Mas são denunciadas à polícia pelas próprias mães, por “quebrar os votos do matrimônio”. Na verdade, elas temem que as filhas possam ser devolvidas, de modo que a família tenha que devolver o dote recebido por ocasião do casamento.
O divórcio é considerado a coisa mais vergonhosa, que pode acontecer a uma mulher. Mesmo assim, algumas o preferem ao sofrimento em que vivem. 
A situação da mulher é tão grotesca, que ela pode ser presa por ter sido estuprada. Se o marido mata o estuprador, ela vai presa junto, com uma pena bem maior de que a dele, por ter sido a causa do crime. Engravidar do namorado, que não foi o homem escolhido pelos pais, também, a leva à cadeia. Assim como matar maridos violentos. Não importando que sejam ainda crianças ou adultas.
Não se pode menosprezar a coragem das mulheres afegãs, que suportam uma sucessão de guerras intermináveis, a pecha de indesejáveis, casamentos forçados, maridos e sogras tiranos, a prisão imposta pela burca, a proibição de estudar e trabalhar, assim como a proibição de fazer parte da história de seus país.

Bibi Aicha, 18 anos (foto),  teve o nariz e as orelhas cortadas pelo marido no Afeganistão
Ela fora prometida a família dele aos 8 anos, e aos 16 foi entregue. Foi mutilada por não suportar os maus tratos que sofria tanto pela família do seu marido como por ele, fugiu voltando à sua família. 
Acabou por ser abandonada, mas foi resgatada por militares norte-americanos e integrada no refúgio para mulheres em Cabul.
Actualmente Bibi Aicha vive nos Estados Unidos, onde se submeteu a uma cirurgia de reconstrução facial.
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Resolvi escrever esse post' depois que li a livro "A cidade do sol" escrito por Khaled Hosseini. Uma história revoltante de duas afegãs que são espancadas pelo marido, é um livro de ficção, mas reflete a realidade daquele país, no qual as mulheres não passam de um fantasma, onde a revolta se reprime dentro delas fazendo-as  suportar a CULTURA devassadora que as submetem.

Elas precisam que o resto do mundo olhe para elas” – escreve Deborah Rodriguez.

Carol Caldeira*

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